Os castanheiros do distrito de Bragança têm sido alvo, ao longo dos tempos, de pragas como o bichado, o gorgulho, a vespa das galhas do castanheiro e a tinta.
O nome científico do bichado é cydia splendana, que tem um aspecto de borboleta e que pode colocar 300 ovos. O fruto quando é atacado fica com um aspecto mole. Estas borboletas têm uma actividade nocturna, o que dificulta a sua localização durante o dia, contudo são facilmente capturadas em armadilhas luminosas ou com feromonas. Rosalina Marrão, investigadora do CIMO – Centro de Investigação de Montanha recomenda o uso de armadilhas delta para a redução da praga do bichado. O uso destas armadilhas destina-se à realização da monotorização dos adultos e serve para a captura em massa. Estas armadilhas podem ser adquiridas através de associações de agricultores e em lojas especializadas.
Outra das pragas é o gorgulho, nome científico curculio elephas gyllenhal. Quando os castanheiros estão infectados por esta praga o fruto apresenta uma cicatriz ou um orifício circular da saída das larvas, uma vez que este insecto se alimenta das castanhas. Este insecto ataca também outras árvores, como o sobreiro, a azinheira e as espécies de carvalhos. Como forma de prevenção, os especialistas aconselham a limpeza da vegetação rasteira para facilitar a apanha dos frutos caídos e a remoção dos frutos no solo e lavouras superficiais.
A vespa das galhas do castanheiro é outra praga. É um insecto conhecido que tem como nome dryocosmus kuriphilus yasumatsu e faz com que haja redução do crescimento dos ramos e a frutificação, prejudicando a produção e a qualidade da castanha e pode conduzir até ao declínio dos castanheiros. No que diz respeito ao combate, actualmente, “está a ser realizada uma monitorização no terreno para actuar no momento certo” informou Carlos Silva. Esta monitorização está a ser concretizada pelo Centro Nacional de Competências de Frutos Secos, pelo IPB, em colaboração com os municípios de Bragança e Vinhais.
Para o combate biológico da praga da tinta (phytophthora) que é uma doença das raízes da árvore, causada por este fungo, Eugénia Gouveia, também investigadora do CIMO, recomendou a plantação de cereais à volta das árvores porque não são hospedeiros.“ A phytophthora está sempre no solo, o que significa que não dará condições para esta praga crescer, ou seja, quando ela cresce e se instala acaba por morrer, porque não consegue sobreviver nas raízes dos cereais” aconselhou Eugénia Gouveia.
Publicado por: “Jornal Nordeste”