Plataforma já está em 16 países e instala-se agora em Portugal através do Politécnico de Bragança
Os alunos do Instituto Politécnico de Bragança (IPB) vão ter oportunidade de ajudar as empresas da região a resolver problemas reais através de soluções inovadoras. Tudo acontece no âmbito de um programa internacional, a plataforma Demola, a que a instituição de ensino superior aderiu e que se iniciou com cinco projeto de outras tantas empresas e 25 alunos.
O presidente do IPB, Sobrinho Teixeira, explica que esta é uma plataforma inovadora, pioneira em Portugal, que resulta de uma parceria com os politécnicos europeus e da rede de universidades de ciências aplicadas e assenta num modelo finlandês. A plataforma “Demola North” foi lançada na semana passada, no Brigantia Ecopark, o parque de ciência e tecnologia de Bragança, com a assinatura dos contratos entre as cinco empresas e instituições do distrito para as quais as equipas de alunos, de diferentes áreas do saber e níveis de ensino, desde os TESP a mestrados, vão procurar soluções inovadores para problemas reais.
“Pretende ser uma ligação dos alunos e das instituições do ensino superior à sociedade e à economia. O projeto consiste num colocar de problemas por parte de empresas que têm por trás de si uma necessidade de inovação. Esses problemas vão depois ser equacionados e vão ser resolvidos pelos alunos do IPB, por intermédio de facilitadores que vão reunir com os alunos e interagir com professores do Politécnico, caso seja necessário”, explicou.
Ao mesmo tempo que visa resolver problemas reais das empresas, o projeto pretende que os alunos aprendam e ganhem competências complementares à formação. “Espera-se que daí resulte um retorno para a atividade económica, para o próprio aluno e que também resulte em si próprio um modelo de aprendizagem que será muito mais efetivo, inovador e baseado na resolução dos problemas”, considera Sobrinho Teixeira. Os alunos terão um semestre para resolver o problema, e trará um retorno ao aluno, por meio de créditos atribuídos, podendo ser também um retorno financeiro, se for efetivamente encontrada uma solução inovadora para o problema apresentado.
Neste primeiro conjunto de casos incluídos na plataforma estão projetos como o proposto pela Câmara de Bragança para ajudar turistas que visitam a cidade, o apresentado por uma empresa de segurança para apoio a idosos, uma solução requerida por uma padaria que procura estratégias de venda no estrangeiro mantendo a frescura dos produtos, a uma empresa de contabilidade que quer reduzir ou eliminar o papel dos procedimentos. No caso de André Caldeira, do curso de farmácia, vai integrar o grupo que está incumbido de encontrar uma solução para a medicação dos idosos que foi pedida pela OldCare, uma empresa que nasceu no IPB e que é um caso de sucesso, estando presente em vários pontos do país. “Tem a ver com terapêutica medicamentosa, a nossa investigação vai ajudar os idosos a serem mais autónomos a tomar os medicamentos, sem precisarem de ajuda”, explicou o aluno, que soube da criação da plataforma e decidiu candidatar-se para trabalhar no projeto. “Temos expectativas muito altas para o projeto. Este tipo de desafios é importante, porque é incluído no currículo, ajuda-nos bastante para quando quisermos ingressar no mercado de trabalho e a estar mais aptos”, afiançou o aluno entusiasmado.
A cerimónia de apresentação do projeto contou com a presença do ministro da Ciência e do Ensino Superior, Manuel Heitor que elogiou a iniciativa, considerando que “hoje só se cria emprego com mais inovação e mais conhecimento”.
“Obviamente que tudo o que seja a relação das instituições de ensino superior com as empresas, com a atividade social e económica e de uma forma geral orientada para a criação de emprego é particularmente importante É bom ver que o IPB está a criar novas plataformas que atraem estudantes e que pode, centrado no ensino superior e na inovação, fazer de Bragança um novo polo e dar-lhe uma nova centralidade para as atividades de investigação e de ensino”, aponto o membro do governo.
Ville Kairamo, que é representante da rede Demola, de origem finlandesa e que já está em 16 países, explica que a ideia surgiu em 2008, a partir dos pedidos do tecido industrial de “encontrar formas efetivas de apoiar a transformação de organizações”. “Assim, decidimos alterar o modelo de como as universidades e as empresas funcionam e proporcionar a cocriação”, adiantou. Quanto ao motivo para instalar as raízes desta plataforma inovadora em Bragança, o IPB é a principal razão apontada pelo CEO da rede.
“O IPB tem sido extremamente ativo e é a razão porque queremos trabalhar aqui, acredito que a plataforma Demola se enquadra em Bragança graças ao instituto e aos alunos”, defendeu.
Publicado por: “Jornal Nordeste”
Mais informações em: “Mensageiro de Bragança”