
O Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos
(CCISP) assinou na passada terça-feira, em Bragança, um protocolo com a SONAE para a definição de cursos de curta duração, nomeadamente de Cursos Técnicos Superiores Profissionais (TeSP) e eventualmente licenciaturas, de modo a responder às necessidades que o grupo apresenta, dado os seus planos de expansão para os próximos anos, nas várias áreas em que trabalha, desde a saúde, à gestão, à agricultura, entre outras. “Há que desenhar uma oferta formativa para atrair os mais jovens e requalificar outros menos jovens. Quer jovens com menos de 18 anos, quer população activa”, referiu o presidente
do CCIPS, Pedro Dominguinhos, realçando que o protocolo
“é um voto de confiança muito forte que o maior grupo
privado português faz no sistema politécnico público”.
Presente na cerimónia esteve o ministro da Ciência e do Ensino Superior, Manuel Heitor, que considera o protocolo um “novo desafio” para Portugal, nomeadamente para o ensino Politécnico que está a comemorar 40 anos da sua criação. “É uma nova realidade, por um lado por estarmos aqui em Bragança e no Brigantia Ecopark, mas também pela reunião com sete empresas da área do digital, o que mostra a dinâmica que aqui se está a criar. As empresas percebem cada vez mais a importância do ensino politécnico para atrair jovens”, afirmou o ministro.
Os politécnicos estão presentes em 60 localidades do país.
“Nenhuma instituição de ensino tem uma capilaridade tão boa como os politécnicos”, afirmou Pedro Dominguinhos.
O presidente do IPB, Orlando Rodrigues, que assinou protocolos
com vários empresários, referiu que as várias empresas do setor da informática instaladas no Brigantia estão a crescer rapidamente e são muito competitivas.
“Já criaram 80 postos de trabalho. O protocolo permite formar pessoas de acordo com as suas necessidades e colocar os nossos alunos em ambiente real de trabalho. Podemos ainda desenvolver projetos de inovação com essas empresas para trabalhar com elas e desenvolver ações próximas, segundo as suas necessidades. Contactado as empresas, montando em conjunto projetos de inovação e fazendo a mobilização das equipas”, realçou. Para além disso, os politécnicos vão promover uma série de iniciativas nas áreas de investigação aplicada,
como por exemplo a Tecnologia Alimentar, para identificar as necessidades concretas das necessidades daquele grupo económico. Há ainda a vertente de criação de doutoramentos para responder ao interface das empresas. O ministro destacou a ainda a importância do Laboratório Colaborativo More, lançado
naquele dia, onde já existem vários jovens a trabalhar com empresas agregadas e a ajudar a colocar produtos no mercado. “Vão desde o spray para conservar produtos alimentares, ao vinho conservado sem sulfitos, produtos cosméticos ou ervas aromáticas”, descreveu Manuel Heitor. Este projeto vai contar com 4,3 milhões de euros de financiamento ao abrigo de uma candidatura e, segundo o presidente do IPB, vai em breve contratar emprego científico para trabalhar num interface entre os novos centros de investigação e as empresas.
Politécnicos vão requalificar desempregados. Este ano os politécnicos vão iniciar a requalificação desempregados para as áreas digitais ao abrigo de um protocolo com o IEFP com objetivo
de criar redes regionais de especialização digital. Os primeiros
cursos começam em setembro e vão abranger cerca de 1500 pessoas que receberão formação em 12 politécnicos espalhados pelo país, quer em laboratório/sala de aula quer nas empresas, num total de seis meses. Os estágios já estão garantidos. Em Bragança, o Instituto Politécnico assinou protocolos com seis empresas, que participaram no desenho dos programas formativos “para irem ao encontro das suas necessidades, que permitem que muitos desempregados em áreas com pouca empregabilidade possam ser requalificados para serem empregados”, referiu Pedro Dominguinhos.
Publicado por: “Mensageiro de Bragança”